Em meio a tarifaço, vereadores de Belém declaram Trump "persona non grata"

A Câmara Municipal de Belém (PA) aprovou um requerimento que declara o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como "persona non grata" na cidade. A expressão em latim significa alguém considerado “indesejado” ou “não bem-vindo”.

A iniciativa foi proposta pelo vereador Alfredo Costa (PT) e aprovada durante a sessão plenária realizada na quarta-feira (6), com 12 votos a favor, nove contra e duas abstenções.

O requerimento foi discutido e aprovado no mesmo dia em que entrou em vigor a tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil pelos EUA.

Belém será sede da COP30 — a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas — prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. O evento deve reunir chefes de Estado, cientistas, representantes de ONGs, lideranças empresariais, ativistas, comunidades tradicionais e membros da sociedade civil de países membros da ONU.

Alfredo Costa justificou sua proposta como uma resposta à nova política tarifária adotada pelos Estados Unidos e às sanções impostas por aquele país a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao procurador-geral da República.

Segundo o vereador, os EUA estariam "declarando guerra ao povo brasileiro", ao presidente Lula, ao STF e ao Congresso Nacional. Por isso, afirmou que Belém não deveria ignorar esse cenário político.

Apesar da aprovação, a decisão não impede que Trump compareça à COP30, caso deseje participar.

Na véspera da votação, na terça-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que pretende telefonar para Trump e convidá-lo pessoalmente para o evento, com o objetivo de ouvir sua posição sobre as mudanças climáticas.

“Pode ter certeza: vou ligar para o Trump e convidá-lo para a COP, para saber o que ele pensa sobre o tema climático. Terei essa gentileza”, afirmou Lula, durante uma reunião do Conselhão.