Depois do pálido 0 a 0 contra o Equador, volta de Neymar é cogitada na Seleção. Sintomas de saudade, do jogador midiático do Santos

O Brasil finalizou apenas três vezes com perigo contra o Equador — e esses lances escassos escancararam os problemas da equipe.

Ficou evidente a desconexão entre o setor de meio-campo, que contou com três volantes, e os atacantes.

Casemiro, Bruno Guimarães e Gerson atuaram de forma recuada, mais focados em proteger a defesa do que em construir jogadas.

Enquanto isso, Estêvão, Richarlison e Vinicius Júnior precisavam retornar até o meio para buscar a bola, ficando distantes da área adversária.

Os laterais Vanderson e Alex Sandro também pouco avançaram, parecendo restritos a permanecer atrás da linha do meio-campo.

Faltou um jogador criativo, capaz de ligar o meio ao ataque com qualidade.

Naturalmente, jornalistas brasileiros e equatorianos se lembraram de um nome: Neymar.

Reconhecido como o jogador mais habilidoso da sua geração no Brasil, seu nome voltou ao centro das atenções.

Repórteres que viajaram até Guayaquil e conversaram informalmente com membros da comissão técnica já sabiam, mesmo antes do jogo desanimador, que a conversa entre Neymar e Ancelotti foi mais profunda do que se imaginava.

E essa conversa teve impacto imediato sobre o jogador.

Fontes ligadas a eventos promovidos por Neymar — como a partida beneficente marcada para a próxima terça-feira — afirmam que ele ficou mais motivado depois de ouvir que Ancelotti ainda acredita em seu futebol.

Mas o treinador quer que ele esteja em forma ideal.

Discretamente, Neymar tem se dedicado muito aos treinos. Sem sentir dores, continua trabalhando com o elenco santista, mesmo sem saber se renovará com o clube.

Existe um desejo mútuo, tanto de Ancelotti quanto de Neymar, para que ele esteja em campo em setembro, vestindo a camisa 10, nos jogos contra Chile e Bolívia.

Na próxima terça-feira, Neymar participará de um jogo beneficente na Vila Belmiro, o que servirá como uma boa oportunidade para observar sua condição física.

A partida será à tarde, para não coincidir com o jogo da Seleção contra o Paraguai, às 21h45.

Recentemente, Neymar foi dispensado dos treinos por dois dias para renovar seu visto para os Estados Unidos, no Rio de Janeiro.

Esse fato alimentou os rumores sobre uma possível transferência para o Orlando City.

A situação no Santos ainda está indefinida.

Ele e seu pai avaliam se vale a pena continuar no clube até o fim do ano, lutando contra o rebaixamento, ou se é melhor ir para os Estados Unidos, onde a carga de jogos é menor e o nível técnico das partidas é mais baixo.

Lá, ele teria a companhia de Messi e Suárez, seus grandes amigos.

O clube em questão pertence a David Beckham, que há anos demonstra interesse em Neymar.

Além disso, há uma pressão tanto da FIFA quanto do governo americano para atrair mais atenção do público à Copa do Mundo de 2026.

Não por acaso, o Mundial de Clubes do próximo mês foi programado para fora dos EUA.

Sem poder contar com Neymar neste momento, Ancelotti deu a entender no Equador que Raphinha é sua principal aposta ofensiva.

Ele planeja testar duas formações.

Na primeira, Estêvão daria lugar a Raphinha, e um dos volantes — Gerson ou Bruno Guimarães — seria substituído por um jogador mais ofensivo, como Andrey Santos.

Na segunda alternativa, Raphinha entraria como um meia articulador, dividindo funções com Estêvão, enquanto Gerson ou Bruno sairiam do time.

No ataque, Matheus Cunha pode assumir o lugar de Richarlison, que teve atuação apagada, ao lado de Vinicius Júnior.

Há certeza de que o Paraguai, atual terceiro colocado nas Eliminatórias, jogará com uma postura defensiva, tentando garantir ao menos o empate.

O Brasil está em quarto lugar na tabela.

A Argentina já assegurou o primeiro lugar e o título.

Mesmo com pouco tempo de convivência com o grupo da Seleção, Ancelotti parece ter chegado à mesma conclusão que outros técnicos brasileiros desde 2011:

Depender de Neymar para suprir as deficiências da equipe.